Enciclopédia Açores XXI

Salão é uma freguesia portuguesa do município da Horta, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfície total de 11,80 km² com 436 habitantes (2001). Possuí uma densidade populacional de 36,9 hab./km². É constituída pelos lugares de Arrabalde, Barreiro, Canto, Carapeta, Cela, Lomba e Salão. A freguesia conta com 342 eleitores inscritos (Autárquicas 2005). O Salão continua a ser, a freguesia menos povoada da ilha. Tem como principal atividade económica a agro-pecuária.

História, Monumentos e Museus[]

A freguesia do Salão está situada na costa Nordeste da ilha, entre a Ponta da Ribeirinha e a Ponta da Eira. O invulgar nome da sede de freguesia, Salão ou Solão, estará relacionado o saibro grosso de bagacina (termo açoriano usado para designar o "lapilli").

O povoamento do Salão iniciou-se por volta de 1620, por uma família de castelhanos vindos da freguesia dos Cedros. Após uma desordem provocada por motivos de posses de terrenos, deslocaram-se mais para Sul dos Cedros e se estabeleceram no lugar a que deram o nome de Carapeta. Carapeta, de Carapeto, é um sinómino em desuso de "o que prega mentiras; mentiroso". A pequena Fonte da Carapeta desapareceu com o Sismo de 1926. Depois da separação de Portugal do Domínio Filipino, os portugueses residentes dos Cedros expulsaram os espanhóis da freguesia. Estes eram devotos da imagem de N. Sra. do Perpétuo Socorro, vinda de Espanha.

O desenvolvimento do Salão permitiu-lhe ascender à categoria de freguesia, em 1730. A Igreja de N. Sra. do Socorro construída em 1780, veio substituir uma anterior capela de 1727. O edifício tinha 24,2 metros de comprimento por 10,12 metros de largura, com 1 altar-mor. No ano de 1834, são doados à igreja 3 retábulos dourados que pertenciam ao extinto Convento de São João da Horta, e ainda, o púlpito e o gradeamento do coro, ficando a igreja com 3 altares, sendo os altares laterais, dedicados à N. Sra. do Rosário e à N. Sra. das Dores. A igreja é totalmente destruída no Sismo de 9 de Junho de 1998.

Anteriormente, o Salão era um lugar da freguesia paroquial de Santa Bárbara dos Cedros. Cela, deve o nome ao fato de uma freira ter vindo acabar os seus dias para o Salão, quando da extinção das Ordens Religiosas, em 1834. Fez da sua casa uma cela igual à que tinha no convento e continuou a sua vida de freira até à morte. O povo chamou à sua casa, a "casa da Cela", e depois, o "lugar da Cela", como ainda hoje é chamado.

No ano de 1871, a população da freguesia era de 1 186 habitantes distribuídos por 286 fogos. A população foi reduzindo ao longo dos anos, devido essencialmente à emigração. Em 1962, no Salão viviam 750 habitantes distribuídos por 210 fogos. Em 1970, viviam no Salão 585 pessoas, mantendo-se dentro deste número até 1991.

No Porto do Salão, pequeno cais piscatório, dispõe um pequeno Parque de Campismo que disponibiliza grelhadores e instalações sanitárias. O Parque Florestal do Cabouco Velho, situado na parte Alta da freguesia, reúne numa área de 5 hectares todas as condições para passar um agradável dia ao ar livre, em convivência com a natureza. Nele podem ser observadas diversas plantas endémicas que rodeiam as mesas de piquenique e as zonas de recreio infantis. Disponibiliza ainda parques de estacionamento, bem como grelhadores e instalações sanitárias.

Tradições, Festas e Curiosidades[]

Para além das festas do Culto do Divino Espírito Santo, temos a Festa de N. Sra. do Socorro (8 de Setembro). O Grupo Folclórico do Salão, é fundado a 25 de Dezembro de 1973. O artesanato continua a ser representado pela cestaria em vime. São vários os tipos de cestos que são feitos, desde os cestos para jóias até aos que são utilizados nos produtos agrícolas. Cada um cesto demora 2 a 3 horas a ser feito.

Economia[]

Além da agricultura (trigo, milho, linho, ...), os saloenses dedicavam-se muito a pecuária. Segundo uma estatística do ano de 1867, na freguesia havia 530 cabeças de gado bovino, 4 000 de gado ovino, que rendia com 800 kg de lã, 300 de caprino e 250 de suíno. O Porto do Salão, foi um dos primeiros portos dos Açores na "caça à baleia". O local onde se encontra era ideal para apanhar as baleias que vinham do lado da ilhas de São Jorge e da Graciosa. A freguesia teve uma companhia baleeira, que se chamava "Companhia Baleeira Saloense" e era formada só com pessoas da freguesia. Tinha 2 botes baleeiros e 1 lancha de boca aberta. Mais tarde, esta companhia foi vendida a uma compainha baleeira do Cais do Pico, mas continuou estacionada no Salão....

Ligações Externas[]