Um dos relatos mais antigos envolve um homem natural da Ribeira Grande, Ilha de São Miguel, Serafim Vieira Sebastião, que em 31 de Janeiro de 1968, então com 36 anos de idade, se encontrava de guarda às instalações militares da Base das Lajes que serviam de paiol de munições, no lugar do Cabrito, Cinco Picos.
"Estava a ouvir o relato de futebol entre [Vitória de] Setúbal e o Sporting [de Portugal], quando, de repente, o transistor deixou de se ouvir. Repentinamente sentiu um "zumbido". Saiu para fora do paiol vendo um "veículo", do lado esquerdo do posto onde se encontrava; "era um objeto estranho a aproximar-se do paiol", como referiu. Regressou ao paiol e chamou a atenção, por telefone, aos seus superiores, comunicando que o estranho objeto estava a aproximar-se daquele local. "Uma grandessíssima claridade entrou pela janela e saía de um veículo oval, de aspeto metálico, que culminava numa torre de vidro; devia de ter aí uns 6 metros de comprimento e 3 de altura e não era nem avião, balão ou helicóptero".
Serafim Vieira deu entrada no Hospital de Angra cerca da uma hora da madrugada, em estado de choque de origem psicossomática; não falava e ouvia muito mal. De manhã, foi-lhe dada alta e seguiu para o Aeroporto das Lajes, escoltado pela Polícia a fim de ser submetido a um inquérito oficial feito pelas entidades aeronáuticas de Portugal e dos EUA.
Há ainda o relato de várias pessoas na Ilha de Santa Maria que observaram um objeto estranho a passar, ficando os relógios de cada testemunha parados durante cerca de 10 minutos. O diretor do aeroporto, Mário Fernandes, terá dito que o objeto se assemelhava a um cilindro branco, que desapareceu na noite. O caso terá acontecido em 9 de Julho de 1965, no Aeroporto de Santa Maria.
Só na Ilha de São Miguel há onze registos desde 1965. Pescadores, médicos e controladores aéreos afirmam ter visto ovnis. Na Ilha Terceira, foi já formado um team SETI para contatar vida inteligente para além do planeta Terra.
Ponta Delgada, Outubro de 1976, 20h30 (hora local): José Domingos Caetano Martins, 30 anos de idade, controlador de tráfego aéreo avista um objeto emitindo luz branca intensa, a leste da ilha e sobre o Pico da Barrosa. Segundo relatou na altura a "intensidade luminosa variava de muito forte a um tom mortiço. Viam-se com o auxílio dum binóculo dois satélites luminosos próximos do corpo principal. O corpo do objeto de forma arredondada tinha partes escuras".
Meses antes, três testemunhas, Oscar de Jesus Pacheco Medina, 50 anos de idade (oficial de tráfego), Dr. Duarte Freitas, 60 anos de idade (médico) e Gil Torres, 42 anos de idade, gerente comercial, avistaram no mesmo local e em horário idêntico um objecto voador não identificado. Outras testemunhas, entre as quais um oficial da marinha de guerra e muitas pessoas da vizinhança, afirmaram a pés juntos ter observado algo de estranho no céu.
Dado adquirido é que os relatos sobre ovnis nos Açores atravessam todas as ilhas e acontecem com alguma frequência desde a década de sessenta.
Só na Ilha de São Miguel estão registadas onze observações desde 1965 Capelas (duas), Ribeira Grande (uma), Feteiras (uma), Ponta Delgada (uma), Lagoa (uma), Barrosa (duas), Vila Franca do Campo (duas) e Lagoa - Vila Franca do Campo (uma). Em Junho de 1984, o fenómeno ganhou outro âmbito.
A estação de rádio privada açoriana "Clube Asas do Atlântico", de Santa Maria, noticiou que seis açorianos tinham detectado um objeto voador não identificado. De acordo com o "Clube Asas do Atlântico" o ovni sobrevoava a zona do Pópulo, que fica a 6 Km de Ponta Delgada. Testemunhas oculares que viajavam de carro às 01h25 locais, relataram que o "objeto irradiava luz de cor alaranjada e depois de estar parado alguns segundos, balançou sobre si mesmo".
O fato é que o Centro de Controlo Aéreo de Santa Maria, que controla a navegação aérea no Atlântico Norte, sustenta não ter conhecimento do ocorrido embora estivessem funcionários de serviço na altura em que as testemunhas dizem ter visto um ovni. Acresce que uma fonte do Observatório Meteorológico Afonso de Chaves garantiu que os registos daquela madrugada não assinalavam qualquer fenómeno anormal. Todavia, o desmentido das entidades oficiais não desencorajou a população. Os casos sucedem-se.
Em Junho de 1998, cerca da 01h00, três amigos José António Carreiro Silva, mestre Fernando e o António encontravam-se a pescar na zona do Pisão (Água de Alto), quando notaram a aproximação de uma estranha luz esférica muito brilhante e de cor clara. "Aproximou-se do ilhéu e aí se imobilizou a uma altitude de 2 000 metros, de diâmetro médio dede diâmetro médio de dois metros, durante algum tempo. Por vezes tinha movimentos de oscilação para a direita, para a esquerda, assim como para a frente e para trás. A certa altura teve um movimento desubida tão brusco que em frações de segundos o seu tamanho ficou reduzido a uma estrela. Passado pouco tempo efectuou uma descida rápida em segundos voltando a ficar sobre o ilhéu. Todos esses movimentos foram silenciosos durante toda a observação e nunca foi detetado qualquer ruído", explicou na altura José António Carreiro Silva.
Estes são apenas três exemplos dos muitos que se multiplicam pelas ilhas, de Santa Maria ao Corvo. Constam da página de Olivério Gomes, natural da Ilha Terceira, apaixonado pela Ovnilogia, que trabalha actualmente como técnico-adjunto de geotécnia no Laboratório Regional de Engenharia Civil, em Ponta Delgada. URL: http://insolito.no.sapo.pt/estatistica.htm E-mail: Olivério_Gomes@hotmail.com.
SETIAçores
Mais recentemente um grupo de jovens da Ilha Terceira decidiu não esperar pela visita de ovnis. Associou-se a um projeto internacional de nome S.E.T.I. (Search for Extraterresterial Intelligence). A finalidade desse projeto é a busca de vida inteligente para além do planeta terra através da análise de sinais de rádio.