Enciclopédia Açores XXI
Advertisement
Vila do Corvo
Brasão de Vila do Corvo Bandeira de Vila do Corvo
Brasão Bandeira
Localização de {{{Município}}}
Localização
Gentílico:
Corvino
Área:
17,11 Km2 km²
Pop. Residente:
{{{população}}} hab. (2001)
Densid. Populacional:
17,5 hab./km²
Eleitores Inscritos:
{{{eleitores}}} hab. (2001)
Número de Freguesias:
0
Fundação / Povoamento:
1832 / {{{povoamento}}}
Grupo:
{{{grupo}}}
Sub-grupo:
{{{sub-grupo}}}
Nome da Ilha:
Ilha do Corvo
Ex-distrito:
{{{distrito}}}
Orago:
N. Sra. dos Milagres
Feriado Municipal:
{{{feriado}}}
Código Postal:
{{{codpostal}}}
Endereço:
Sede Municipal:
R. Jogo da Bola
Web Site:
www.cm-corvo.pt]
E-mail:
Correio Eletrónico
info@cm-corvo.pt
Municípios dos Açores

A Ilha do Corvo é a mais pequena e a mais setentrional do arquipélago dos Açores. Localiza-se no Grupo Ocidental, a 6 milhas náuticas a norte da Ilha das Flores. Situa-se a 39º 40’ na latitude norte e 31° 05’ de longitude oeste. Ocupa uma superfície total de 17,12 Km2, com 6,5 Km de comprimento por 4 Km de largura. A Vila do Corvo, única povoação da ilha, é sede do município do mesmo nome. Em 1987, as funções dos órgãos de freguesia foram assumidas pelos correspondentes órgãos municipais. (Artigo 86 do Estatuto Político Administrativo dos Açores)

Geografia[]

É formada por uma única montanha vulcânica extinta, com uma ampla cratera de abatimento - o Caldeirão, com 3,7 Km de perímetro e 300 m de profundidade. Nela se podem observar várias lagoas e uma zona de trufeiras. O ponto mais alto da ilha é o Morro dos Homens, no rebordo sul do Caldeirão, com 718 metros.

Todo o litoral é alto e escarpado, constituindo o cone central do vulcão, com exceção da parte Sul, onde numa fajã lávica se estabeleceu a Vila do Corvo, a única povoação da ilha. A escarpa oeste, com uma falésia quase vertical com cerca de 700 m de altura sobre o oceano, é uma das maiores elevações costeiras existentes no Atlântico. As terras imediatamente em redor da única povoação da ilha e uma pequena zona abrigadas na costa leste - Quintas e Fojo - são as únicas em que é possível praticar a agricultura e manter algumas árvores de fruto. As melhores pastagens para o gado ficam mais para norte, nas chamadas Terras Altas.

Na enseada sul, denominada Enseada de N. Sra. do Rosário, existe um pequeno cais de desembarque – o Porto da Casa, utilizado no tráfego comercial. O Portinho da Areia, no extremo oeste da pista do aeroporto, é o único areal da ilha e sua principal zona balnear. Na extremidade noroeste da ilha encontra-se a saliente Ponta Torrais, tendo na sua face norte um pequeno ilhéu cónico, o Ilhéu dos Torrais. Existe ainda um outro pequeno ilhéu - o Ilhéu do Torrão, a Ponta do Marco e alguns recifes submersos perigosos para a navegação.

O clima é húmido, com 915,7 mm de precipitação média anual, mas ameno, embora ventoso, com temperatura média anual de 17,6.°C na Vila, com temperaturas médias mensais que variam entre os 14.°C em fevereiro e 20.°C em Agosto. Nas zonas altas, os nevoeiros são quase permanentes. A agitação marítima, particularmente do quadrante oeste, é muito elevada, resultando numa elevada erosão costeira. A humidade relativa do ar oscila entre 74% em outubro e 85% em Junho, o mês em que os nevoeiros são mais frequentes - os chamados "nevoeiros do São João".

Geologia[]

A ilha localiza-se na placa tetónica norte-americana, juntamente com a Ilha das Flores, a oeste do vale de rifte da Crista Média Atlântica (CMA). Corresponde a um vulcão do tipo central, que emergiu há cerca de 730 mil anos. O colapso da cratera terá ocorrido há 430 mil anos. Antes da formação da cratera de abatimento, estima-se que o cone central teria cerca de 1 000 metros. Devido à erosão eólica (com ventos dominantes de nordeste e oeste) e erosão marinha, as vertentes do vulcão central estão parcialmente preservadas nos flancos sul e leste, com altitudes entre 150 a 250 metros. Na vertente norte, está muito reduzida pelo recuo das arribas, e na vertente oeste, completamente ausentes, com altitudes entre 500 a 700 metros. O recuo das arribas já alcançou o bordo oeste da cratera. Na vertente sul, sobressaem cones secundários bem preservados da ação erosiva – Coroínha, Morro da Fonte, Grotão da Castelhana e Coroa do Pico. Estes foram responsáveis pelo derrames basálticos que formaram a fajã lávica, com altitudes entre 10 a 60 metros.

Sua História[]

O atlas mediceu de 1351 menciona pela primeira vez a Insula Corvi marini [ Ilha dos Corvos Marinhos ]. Esta informação é repetida no atlas catalão de Abraão Cresques, de 1375. É provável seja uma designação das ilhas do Grupo Ocidental, embora este nome esteja na origem do nome da ilha. Veja Descoberta dos Açores.

Em 1452, Diogo de Teive descobriu as ilhas do Grupo Ocidental, no regresso da sua segunda viagem de exploração. A 20 de janeiro de 1453, D. Afonso V faz doação das ilhas [ inicialmente chamadas de Ilhas Floreiras ou Ilhas das Flores ] a seu tio D. Afonso, Duque de Barcelos. Em 1475, Fernão Teles de Meneses, tornou-se Capitão-do-donatário das ilhas por negócio com João de Teive, filho de Diogo de Teive.

A designação henriquina da ilha é "Ilha de Santa Iria". Em 1460, infante D. Henrique as ilhas foram doadas ao rei Afonso V, que por sua vez, dou ao infante D. Fernando, duque de Viseu. Foi também chamada de Ilhéu das Flores, e ainda, Ilha do Marco, nome que persistiu durante alguns séculos em razão da ilha servir como referência geográfica para os marinheiros.

Em 1504, a Coroa nomeou João da Fonseca como Capitão-do-donatário das Flores e Corvo. A 12 de novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, 3.º Capitão-do-donatário, é autorizado a mandar para ilha escravos - provavelmente mulatos oriundos da Ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde, de sua confiança como agricultores e criadores de gado. Segundo Diogo das Chagas, o povoamento inicial da ilha começou com o envio de uma expedição de 30 pessoas, chefiados pelo terceirense Antão Vaz de Azevedo, mas a expedição não teve grande sucesso.

Em 1570, alguns florentinos se fixam permanentemente na ilha, sendo construída a primitiva igreja. Os corvinos desde então levaram uma existência pacata em quase isolamento, dedicando-se à agricultura, à pastorícia e a pesca. Em 1587, o Corvo foi saqueado e suas casas queimadas por corsários ingleses, que haviam atacado as Lajes das Flores. Sofreram diversas incursões de corsários e piratas, mas souberam impor-se, muitas vezes recorrendo à negociação. Em troca de proteção e dinheiro, os corvinos forneciam água, alimentos e homens, ao mesmo tempo que permitiam tratar os enfermos e reparar os navios. Em 1593, a Coroa nomeou como Capitão-do-donatário das ilhas das Flores e do Corvo, Francisco de Mascarenhas, conde de Santa Cruz.

Século XVII a XIX[]

No ano de 1632, sofreu duas tentativas de desembarque de piratas argelinos, no cais Porto da Casa. Duzentos corvinos usaram tudo ao seu dispor para repelir os atacantes que acabaram por desistir com baixas. A imagem de N. Sra. do Rosário foi colocada na Canada da Rocha e daí, diz a lenda que ela protegeu a população das balas disparadas.

Foi primeiro pároco da ilha o faialense Bartolomeu Tristão. Antes era visitada anualmente por um padre de Santa Cruz das Flores. Foi o segundo pároco da ilha, o florentino Inácio Coelho, irmão de Frei Diogo das Chagas. Foi ele quem conseguiu que o então D. Martinho de Mascarenhas, Capitão-do-donatário, assumisse o sustento do pároco, bem como a ele se deve a presumível redação e divulgação dos fatos e atribuição à Virgem Maria do milagre da vitória dos corvinos sobre os piratas. A partir de então, a imagem passou a ser chamada de N. Sra. dos Milagres.

No século XVIII, com a chegada dos barcos baleeiros norte-americanos à Ilha das Flores para recrutar tripulação e arpoadores, já que os corvinos eram apreciados pela sua coragem, iniciou-se uma estreita relação com a América do Norte, que passou desde então a ser o destino de eleição para a emigração corvina e de onde chegaram praticamente todas as novidades à ilha, a qual manteve durante muito tempo uma relação mais estreita com Bóston do que com Lisboa. A emigração clandestina era uma constante da vida da ilha, apesar dos esforços repressivos das autoridades portuguesas, preocupadas com a fuga ao serviço militar obrigatório e com a perda de mão-de-obra.

Os corvinos tinham de pagar tributo aos seus capitães-do-donatário e, a partir de 1759, com a execução do 8.º Duque de Aveiro e Conde de Santa Cruz, os seus bens confiscados à Coroa. Foi Mouzinho da Silveira, impressionado pela quase escravidão em que vivia os corvinos, obrigado a comer pão de junça para poder pagar o tributo a que se encontrava obrigado, quem propôs a redução para metade do pagamento em trigo e anulou o pagamento em dinheiro, fazendo assim a felicidade dos corvinos.

Manuel Tomás de Avelar, com sua sabedoria e maneiras, foi o chefe da delegação de corvinos que foi a Angra do Heroísmo fazer a petição à liderança liberal da Regência de Angra. A impressão positiva foi tal que Mouzinho da Silveira, hoje lembrado como patrono da Escola Básica Integrada do Corvo, anos depois escreveria no seu testamento que gostaria de estar sepultado na ilha, cercado de gente que na minha vida se atreveu a ser agradecidas. O Decreto de 14 de maio de 1832, assinado por D. Pedro IV, reduziu a metade - para 20 moios - o pagamento em trigo que os corvinos faziam a Pedro José Caupers, o então Donatário, eliminando o pagamento em dinheiro de 80 mil réis. Em contrapartida, a Coroa assume indemnização devida ao Donatário. O tributo seria abolido em 1835.

Pedro IV, em 21 de junho de 1832, elevou a povoação de N. Sra. dos Milagres a categoria de vila e sede de município. O decreto mandava que a nova vila fosse chamada de Vila do Corvo. Antes disso, esteve sob jurisdição de Santa Cruz das Flores, sendo uma das freguesias daquele município.

Em 1886, Manuel Francisco de Medeiros, governador civil do ex-Distrito da Horta, quando visitou a ilha indagou quais eram as suas aspirações. Foi-lhe pedido apenas uma Bandeira Nacional para saudar os barcos que por aqui passavam. O príncipe Alberto I do Mónaco, durante as suas expedições oceanográficas, visitou a ilha. Ele recolheu imagens fotográficas de extraordinário interesse, hoje no Museu Oceanográfico do Mónaco e apenas parcialmente publicadas.

Século XX[]

A ilha foi também visitada em 1924 pelo escritor português Raul Brandão, que com a sua obra Ilhas Desconhecidas que muito contribuiu para a mistificação das vivências dos corvinos, criando a imagem de uma idílica república comunitária que persistiu até quase aos nossos dias. A partir do início do século XIX, assistiu-se ao crescimento constante da emigração para os EUA e Canadá, com interregno entre 1925 e 1955, num processo que se prolongou até meados da década de 1980.

Na década de 1960, a população da ilha viveu em constante oposição ao regime florestal imposto sobre o baldio da ilha, regime esse que levou ao fim da produção de lã, fazendo desaparecer totalmente as ovelhas da ilha, e com elas as tradições ligadas à tosquia, cardagem, fiação e tratamento das lãs - aspetos centrais da cultura corvina.

Com a inauguração do Aeroporto das Flores, em 27 de abril de 1972, os corvinos deixaram de se sentir menos isolados do arquipélago e do Mundo. Em 28 de setembro de 1983, foi inaugurado o Aeródromo do Corvo, com uma pista de 800 metros. De início, as ligações aéreas entre o Corvo e a Aeroporto das Lajes (Terceira) eram asseguradas por um avião C-212 Aviocar da FAP (Força Aérea Portuguesa). Em 1991, foi substituído pelo pequeno avião Dornier 228-212 da SATA Açores de 18 lugares, assegurando as ligações com as Flores, da Horta e das Lajes. Atualmente, é servida por um avião Dash Q200. Serão realizadas pelo Governo Regional obras de ampliação e repavimentação da pista e a construção da torre de controlo. Por falta de equipamentos apropriados, o Aeródromo do Corvo ainda não efetua aos passageiros ali embarcados, bem como a toda a bagagem, “qualquer tipo de controlo de segurança”. Possui ligações marítimas regulares de passageiros com Santa Cruz das Flores e as Lajes das Flores. Existe a necessidade da modernização e ampliação do Porto da Casa, o único cais comercial da ilha. A realização da obra irá contribuir para o desenvolvimento económico da ilha. Na ilha, há30 embarcações, 11 das quais de pesca, que já não cabem no porto.

O Centro de recolha e processamento de resíduos da Ilha do Corvo, um investimento do Governo Regional, vai permitir encerrar o aterro municipal e livrar a ilha de todos os resíduos não orgânicos. A parte perecível dos detritos será tratada numa estação de compostagem e aproveitada para adubo agrícola, ou colocada em locais diversos da ilha, sem qualquer problema para o ambiente. Na seleção dos resíduos, aqueles que são imediatamente recicláveis são enviados para a Ilha das Flores, onde são compatados em conjunto com os materiais do mesmo tipo recolhidos naquela ilha e exportados. Os detritos não recicláveis, por contaminação ou outro tipo de problemas, são encaminhados para a ilha Terceira ou de São Miguel, ou para o exterior da Região, onde são valorizados, servindo para produção de energia.

Monumentos, museus e jardins[]

O casario da Vila do Corvo foi classificado como Conjunto de Interesse Público. Têm uma estrutura de povoamento muito diferente das restantes ilhas açorianas. Apresenta todas as caraterísticas de um povoação de montanha, ainda que construída à beira-mar. As pessoas mais antigas usam no falar expressões arcaicas únicas com uma evolução linguística muito própria, que é urgente preservar.

Do património arquitetónico existente, destaca-se a Igreja de N. Sra. dos Milagres, construída em 1795, que veio substituir a primitiva ermida. No seu interior, podem admirar a estátua da padroeira, obra flamenga do século XVI da escola de Malines, um Cristo em marfim e uma imagem em madeira de N. Sra. da Conceição. A Casa do Espírito Santo, fundada a 1871, seguindo a traça simétrica típica das Casas do Espírito Santo da Ilha das Flores.

Em duas casas tradicionais cuidadosamente recuperadas, foi inaugurado em 21 de junho de 2007 o Centro Interpretativo Cultural e Ambiental da Ilha, espaço museológico com galeria para exposições temporárias. Junto ao Aeroporto, encontramos os típicos Moinhos de Vento do Corvo, classificados como Imóveis de Interesse Municipal. Dos sete moinhos que existiram na ilha, apenas três moinhos mantêm-se em funcionamento.

Outro local a conhecer é o miradouro do Morro do Pão de Açúcar. O troço ascendente da estrada que conduz ao interior da ilha também proporciona vistas de grande beleza sobre a Vila do Corvo, a fajã lávica onde esta foi fundada e a Ilha das Flores. A ilha possui dois farolins para ajuda à navegação: na Ponta Negra, desde 1910, e no Canto da Carneira, desde 1965 (atualmente inativo).

A ilha foi declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO, em setembro de 2007. Esta importante classificação confirma a qualidade da sua biosfera, possuindo uma rica variedade de biotopos típicos da Macronésia. O Caldeirão, cratera do vulcão da ilha com suas lagoas e turfeiras, é uma das mais belas paisagens dos Açores. Foi ainda constituída ao abrigo da Diretiva Habitats e da Diretiva Aves da União Europeia, o Sítio de Importância Comunitária (SIC) - Costa e Caldeirão do Corvo e a Zona de Proteção Especial (ZPE) da Costa e Caldeirão, hoje integrados no Parque Natural da Ilha do Corvo criado pelo DLR 56/2006/A, de 22 de dezembro. Os limites da área marinha do Parque Natural de Ilha são definidos por um retângulo demarcado a norte pela linha de latitude 39° 46′7″, a sul pela linha de latitude 39° 37′0″, a este pela linha de longitude 31° 1′0″ e a oeste pela linha de longitude 31° 11′7″.

Demografia[]

Entre 1850 e 2011, a evolução da população corvina apresenta períodos distintos, essencialmente fruto das políticas de imigração dos EUA.

  • Durante o período 1850 a 1920, a população decresceu. Passou dos quase 900 habitantes de 1864 para 661 habitantes de 1920, em resultado da forte corrente migratória para os EUA, ligada à baleação da Nova Inglaterra. Esta corrente migratória - na maior parte constituída por jovens emigrantes clandestinos, era resultado da política de restrição à emigração e à fuga ao recrutamento militar. A fome grassava da ilha devido à sobrepopulação. Apesar de ter sido uma constante durante todo o século XIX, não tinha na ilha quem fizesse cumprir a proibição da emigração. A taxa de decréscimo demográfico neste período foi lenta, a taxa de natalidade que compensava a emigração.
  • A I Guerra Mundial (1914-1918), e depois, a Grande Depressão da década de 1930, levaram ao estancar da corrente migratória, particularmente quando os EUA adotaram o Johnson-Reed Act, restrição que se prolongou até depois da II Guerra Mundial (1939-1945). Neste período, a paragem da emigração para a EUA, levou a um novo crescimento da população: em três décadas o número de corvinos subiu dos 661 habitantes para 728 habitantes em 1950, tendo sido ultrapassado os 800 habitantes residentes na década de 1950.
  • Nas décadas de 1950 e 1960, o isolamento, crescente pobreza e os limitados recursos, a que se veio juntar a Guerra Colonial (1961-1974), criaram uma grande vaga de emigação para os EUA. Isto foi possivel graças à aprovação do Kennedy-Pastore Act - legislação especial aprovada pelo Congresso dos EUA em 1958, após a erupção do vulcão dos Capelinhos. O resultado foi um rápido declínio demográfico, que em 1981 atingia o seu mínimo dos últimos três séculos, com apenas 370 habitantes (Censos 1981).
  • A partir de meados da década de 1980, a tendência para o declínio demográfico se inverteu. A população voltou a crescer significativamente, o que diferencia o Corvo das restantes ilhas. A explicação está na desproporcionada despesa pública na ilha, em particular a geração artificial de mais de meia centena de empregos pelo município (que apesar de financiado pelo escalão mínimo da Lei das Finanças Locais, ainda assim recebe uma capitação desproporcional grande face à exiguidade da população residente), pela Escola Mouzinho da Silveira (que com pouco mais de 40 alunos gerou uma quinzena de empregos entre docentes e funcionários auxiliares) e a construção do Residencial de Apoio ao Idoso.

Tradições, lendas e curiosidades[]

As principais festividades da ilha são: a Festa de Santo Antão (18 de janeiro); Festas do Culto do Divino Espírito Santo; a Festa de São Pedro (24 a 26 de junho); a Festa e Romaria de N. Sra. dos Milagres (15 de agosto) na qual se integra o Festival de Verão dos Moinhos. Em tempos idos, realizava-se no 1.º domingo de maio e no 1.º domingo de setembro, a Festa da Tosquia das Ovelhas, cuja a tradição foi abandonada e ainda não foi recuperada.

Banda Filarmónica Lira Corvina, fundada a 24 de outubro de 1938, e o Grupo Folclórico da Ilha do Corvo. Gastronomicamente, são típicas as couves da barca, o feijão assado à Corvo, os bolos de "erva do calhau", a broa de milho e o queijo do Corvo. Do artesanato, destaca-se as barretas, mantas e as fechaduras de madeira.

Economia da Ilha[]

O setor Primário é a principal área de atividade económica da ilha. A área agrícola ocupa cerca de 17,5% da área do município. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, as culturas permanentes de batata e citrinos, as culturas temporárias de cereais para grão – especialmente milho, as culturas hortícolas intensivas, os prados, as pastagens permanentes e os prados temporários.

A pecuária é a principal atividade económica do setor Primário, em que os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação. O queijo e os laticínios são os principais produtos. A pesca é também importante. A ilha apresenta uma densidade florestal muito baixa – de 0,6% que corresponde a uma área de 1 hectare, salientando-se o cedro-do-mato, criptomérias e loureiros.

Na década de 1960, a população da ilha viveu em constante oposição ao regime florestal imposto sobre o baldio da ilha, regime esse que levou ao fim da produção de lã, fazendo desaparecer totalmente as ovelhas da ilha. E com elas, as tradições dos corvinos ligadas à tosquia, cardagem, fiação e tratamento das lãs.

O transporte maritimo de passageiros entre as ilhas das Flores e do Corvo é efetuado pela Atlânticoline. Já o transporte de mercadorias, é efetuado pela empresa Mareocidental – Transportes marítimos.

O município têm apostado no turismo (setor Terciário), oferecendo como principais atividades e atrações turísticas a volta à ilha de barco, mergulho e pesca submarina, passeios pedonais na ilha, com destaque a subida ao Caldeirão. Existem boas condições de alojamento na ilha com uma moderna pousada recentemente inaugurada.

A ilha foi declarada em setembro de 2007 como Reserva da Biosfera pela UNESCO. Esta classificação confirma a qualidade da biosfera da ilha possuindo uma rica variedade de biotopos típicos da Macaronésia.

Saiba Mais[]

Ligações Externas[]

Advertisement