Enciclopédia Açores XXI
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A Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Lomba da Maia, sita na freguesia da Lomba da Maia, ilha de São Miguel, Açores, é um templo católico, sede da paróquia daquela localidade, construído no estilo barroco tardio micaelense entre 1867 e 1870.

O primeiro templo que existiu no lugar da Lomba da Maia foi a ermida de Nossa Senhora do Rosário, pequena ermida que foi sede do curato que antecedeu a elevação da localidade à dignidade de paróquia independente, o que ocorreu no ano de 1876. Quando, devido à distância à freguesia da Maia, a reivindicação de elevação a paróquia surgiu, a ermida foi considerada de dimensões demasiado reduzidas para servir a população local e sem a dignidade que possibilitasse a sua transformação em igreja paroquial. Logo se pensou em construir um novo templo que servisse de igreja paroquial, condição para a desejada autonomização.

A construção teve início no ano de 1868, concorrendo para ela todos os habitantes da Lomba da Maia com donativos recolhidas por ocasião de vários peditórios. Ainda assi, apesar das contribuições, as obras decorreram com morosidade por falta de recursos, o que levou o padre Manuel Moniz de Medeiros e o mestre José Fidalgo a hipotecarem parte dos seus bens para ir liquidando as despesas com mão-de-obra e materiais.

Concluídas as obras de construção, a igreja de Nossa Senhora do Rosário da Lomba da Maia passou a ter a feição actual, permitindo que em 1876 finalmente o lugar passasse a constituir uma freguesia.

A primitiva ermida de Nossa Senhora do Rosário passou a ter a invocarão de Santa Ana, sendo hoje a capela funerária da freguesia.

Na freguesia da Maia existiu também outrora uma ermida de Nossa Senhora do Rosário, referida por Gaspar Frutuoso, mas que no fim do século XIX já não existia.

A igreja de Nossa Senhora do Rosário situa-se em terreno elevado, a sul da principal via que atravessa a localidade (a Estrada Regional), com a fachada principal voltada para norte frente à Rua da Igreja, o arruamento onde se situava a antiga igreja, hoje a Ermida de Santa Ana. Esta localização faz com que o acesso à igreja se faça por uma alta escadaria de degraus basálticos que ascende desde o nível da estrada. A igreja tem uma única torre sineira, no extremo oeste da fachada. As aberturas são rodeadas rodeadas por um rebordo de basalto lavrado, no estilo típico da fase final do barroco da ilha de São Miguel.

No interior, as naves são separadas por um alinhamento de colunas basálticas, de perfil circular. No altar-mor está exposta uma imagem de Nossa Senhora do Rosário, em madeira pintada com coroa de prata, com cerca de 2 m de altura.

O primeiro templo que no lugar da Lomba da Maia serviu ao público foi a ermida de Nossa Senhora do Rosário – pequena ermida que foi sede do curato respectivo até ao ano de 1867. Como essa ermida era de dimensões demasiado reduzidas para a população local, logo se pensou em construir um novo templo que servisse de igreja paroquial.

A construção desta teve o seu início no ano de 1868, concorrendo para ela todos os habitantes da Lomba da Maia, com esmolas recolhidas por ocasião de vários peditórios.

As obras decorreram com certa morosidade por falta de recursos. No entanto, empenharam-se altamente por elas o Padre Manuel Moniz de Medeiros e o mestre José Fidalgo a ponto de ambos chegarem a hipotecar parte dos seus bens a fim de poderem ir liquidando as despesas com a mão-de-obra e materiais. Ainda por esse tempo, a Lomba da Maia, era curato sufragâneo da Maia, tendo sido elevado a paróquia alguns anos mais tarde.

Com as referidas obras de construção, a igreja de Nossa Senhora do Rosário da Lomba passaria desde logo a ter feição actual, constituindo um templo bastante elevado.

Com a sua edificação, a primitiva ermida de Nossa Senhora do Rosário passou a ter a invocação de Sant’Ana. Na freguesia da Maia existiu também outrora uma ermida de Nossa Senhora do Rosário referida por Fructuoso e que no fim do século XIX já não existia

Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, dista cerca de 33 quilómetros de Ponta Delgada e 15 quilómetros da cidade de Ribeira Grande. Confina a Sul, com as freguesias de S. Miguel, Ribeira das Tainhas, Ponta Garça e Furnas, a Este, com a Lomba da Maia, e a Oeste, com a de S. Brás.

Esta freguesia é uma das mais antigas, se não a mais antiga do concelho de Ribeira Grande. O seu povoamento começou logo após o descobrimento da ilha, nos fins do século XV, o que é testemunhado pela própria construção da igreja, que remonta provavelmente aos fins do século XV. Em 1522, tinha já o seu terceiro vigário.

No século XVI, a Maia incluía os Fenais da Ajuda (Fenais da Maia), as Furnas e a Lomba da Maia (o último destes lugares a tornar-se freguesia na primeira década do século XX).

Ora, sabe-se que, na época das descobertas, a construção de um templo só acontecia quando a população o justificava.

Os templos aqui existentes são quase todos do último quartel do século XV e XVI, embora tenham sido reconstruídos mais tarde. A sua igreja paroquial foi aberta ao culto em 1812, tendo sido reconstruída entre 1796 e 1825.

Antes mesmo de a Ribeira Grande atingir o grau de “princesa” entre as vilas açorianas, já a Maia pedia a sua independência de Vila Franca do Campo, de cujo concelho foi termo, depois da criação da vila e concelho da Ribeira Grande. Todavia, esta pretensão da Maia foi contrariada pela municipalidade de Vila Franca.

Contudo, a sua independência teria sido alcançada, não fosse o terramoto que a atingiu em 1522, e que fez correr as terras dos Bicos e das Lombas dos Costas sobre a Maia, causando-lhe estragos incalculáveis.

Depois de Vila Franca, a Maia foi a freguesia que mais sofreu em 1522. E, assim como a primeira não foi cidade por causa do tremor de terra, a segunda não foi vila, pela mesma causa. Em 1563, outro cataclismo desfez o povoado da Maia: arrasaram-se quase todas as suas casas e templos, morreram os animais domésticos, cobriram-se de cinzas e pedra-pomes, as suas ribeiras e fontes. Desta maneira, foram enterradas as suas aspirações juntamente com os seus haveres.

Contava esta freguesia cinco ermidas. A de S. Pedro, da qual não restam vestígios, a de Santo António, edificada à entrada da Maia depois de ter sido arrasada uma outra de invocação a Nossa Senhora do Rosário, a de Nossa Senhora do Rosário, na Lomba Grande, perto das casas de Clemente Furtado que tinha o cargo dela e cuja imagem da santa pode ser admirada na igreja paroquial, e a de Santa Catarina, construída nos finais do século XV, junto ao forte que teve este nome e que foi profanada por D. José Pegado de Azevedo, como retaliação por não ter património e se encontrar arruinado.

Tem ainda a Ermida de S. Sebastião, edificada em 1687, a Igreja de Nossa Senhora das Dores, na povoação da Lombinha da Maia, construída em 1850 a expensas do povo e por legado deixado por Jorge Botelho Pacheco, e a Igreja de Nossa Senhora do Resgate, no Lugar do Gorreana, mandada construir no século XVIII.

Os primeiros anos de povoamento de S. Miguel foram penosos. Muitos dos que vieram para cá ficaram e prosperaram. Outros, tiveram que abandonar as suas terras, devido aos cataclismos que sobrevieram.

A Maia foi um importante centro nos séculos XVI e seguintes. As suas searas eram das melhores de S. Miguel e o seu porto de mar, dos mais férteis em pescado, dava-lhe absoluta independência sobre as outras terras.

O pescado, para além de ser utilizado na alimentação destas populações era também importante para a economia da ilha, pela utilidade dos peixes de grande porte, fosse pelos seus óleos destinados à iluminação, fosse pelos remédios para os animais.

Esta freguesia já foi das mais industrializadas, destacando-se as fábricas de tabaco, o chá “Gorreana” e os blocos.  Foi em 1854 que Manuel Bento de Sousa lançou à terra as primeiras sementes de tabaco.

Depois de várias tentativas na preparação do tabaco, iniciou-se a confecção de picados e cigarros por processo artesanal. Assim estavam lançadas as bases de tabaco da Maia, a mais antiga dos Açores, orgulhando-se das apreciadas marcas de cigarros “S. Luís”, “Colonial”, “Ilha Verde” e “El-Rei”.

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