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'''Ginetes''' é uma freguesia do municipio de [[Ponta Delgada (cidade)|Ponta Delgada]], [[Ilha de São Miguel]]. Têm uma superfíce total de 12,07 km² e 1 267 habitantes (Censos 2001) e uma densidade 105,0 hab./km². A sede de freguesia situa-se a uma altitude de 288 metros. É banhada pelo Oceano Atlântico a sul e oeste. Tem montanhas a norte e nordeste.
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'''Ginetes''' é uma freguesia açoriana do município de [[Ponta Delgada (cidade)|Ponta Delgada]], [[Ilha de São Miguel]]. Têm uma superfície total de 12,07 km² e 1 267 habitantes (Censos 2001) e uma densidade 105,0 hab./km2. Situa-se na costa oeste da ilha, é a freguesia mais extensa do município de Ponta Delgada, de cuja sede dista 23 km. Estende-se de norte a sul, entre as freguesias dos Mosteiros e da Candelária, numa distância com cerca de 7 km. Tem montanhas a norte e nordeste, encostas da Caldeira das Sete Cidades, sendo banhada pelo Oceano Atlântico, a sul e oeste. A sede de freguesia situa-se a uma altitude de 288 metros.
   
O '''Pico das Camarinhas''' (219 metros) se encontra classificada como Monumento Natural Regional pelo Decreto Legislativo Regional n.o 3/2005/A juntamente com a fajã lávica da '''Ponta da Ferraria'''. A sua importancia se deve às suas raras rochas granulares ricas em olivina e piroxena, formadas em profundidade e trazidas à superfície na sequência de episódios vulcânicos a que corresponde a um cone de escórias basálticas. (''Áreas Ambientais dos Açores'', Direção Regional do Ambiente - coordenaçao Dália Leal, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Ponta Delgada, 2005) No ano de [[1713]], este vulcão entrou em erupção emitindo lamas quentes e gases. A crise sísmica destruiu muitas casas nos Ginetes, Mosteiros e Candelária.
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O '''Pico das Camarinhas''' (219 metros) se encontra classificada como Monumento Natural Regional pelo Decreto Legislativo Regional 3/2005/A, juntamente com a fajã lávica da '''Ponta da Ferraria'''. A sua importância se deve às suas raras rochas granulares ricas em olivina e piroxena, formadas em profundidade e trazidas à superfície na sequência de episódios vulcânicos a que corresponde a um cone de escórias basálticas. (''Áreas Ambientais dos Açores'', Direção Regional do Ambiente - coordenação Dália Leal, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Ponta Delgada, 2005)
   
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== Sua História ==
A atividade principal é a agricultura.
 
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Sobre a origem deste topónimo, [[Gaspar Frutuoso]] diz: "Está a freguesia de Ginetes amparada dos ventos pela banda do mar, com o Pico dos Ginetes, chamado assim por ter selada ao meio e por outro pico detrás, que por ser assim seladas no meio, como Ginetes. Mais, por nele se criarem ginetes [ cavalos ] da banda da serra. Com o ornato de frescas faias e outras árvores é o pico de ginetes de Aires Jácome." O nome Ginetes foi atribuído não apenas ao pico, como também à própria paróquia. (''Saudades da Terra'') A principal atividade económica é a agricultura.
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Em [[1538]], houve uma erupção vulcânica submarina nas proximidades da costa da Ponta da Ferraria que durou 25 dias. Da erupção resultou o aparecimento de um efémero ilhéu, de "quase uma légua de circunferência", que logo desapareceu. Não há registo de prejuízos em terra.
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Foi no reinado de D. João III, entre 1521 e 1557, que foi construída a primitiva Igreja para evitar que os fiéis se deslocassem para muito longe, a fim de cumprirem o preceito Dominical. A referida construção durou cerca de 36 anos. Hoje já não existe qualquer vestígio da primitiva Igreja, a não ser uma pia de batismo em pedra lavrada. Segundo a tradição, a primitiva Igreja foi edificada no lugar da Lombinha. Antes de 1557, não existia paróquia. O lugar de Ginetes pertencia à paróquia de [[Candelária]], por ser mais antiga.
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No interregno de [[1568]] a [[1584]], foi instituída a paróquia de São Sebastião de Ginetes, sendo a Ermida da Lombinha elevada à categoria de Igreja paroquial. O seu primeiro vigário foi Pe. Gaspar de Carvalho. Faleceu em 1603, sendo substituído pelo Pe. Baltazar Gonçalves Ferreira, amigo intimo do rico proprietário do Pico de Ginetes, Aires Jácome Correia. Imagem adquirida em 1806.
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Em [[1682]], deu-se erupção vulcânica submarina a 4 léguas da Ponta da Ferraria e "na semana seguinte como foi visto da Praia de Angra e do lugar dos Mosteiros, queimando quantidade de peixe, que veio à costa. E um caravelão vindo de Angra por esta parte, com pedra-pomes não pôde passar." Em [[1713]], deu-se uma erupção vulcânica do Pico das Camarinhas, emitindo lamas quentes e gases. A crise sísmica destruiu muitas casas nas freguesias dos Ginetes, Mosteiros e Candelária.
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Em [[1811]], uma violenta erupção vulcânica submarina, criou um ilhéu ao largo da Ponta da Ferraria - a chamada '''Ilha Sabrina''', matando muito peixe. O ilhéu era de forma circular e foi reclamada para a coroa britânica pelo comandante de um navio de guerra inglês, a fragata ''HMS Sabrina'', aportada em Ponta Delgada. Em terra, os sismos fizeram ruir rochedos e arruinaram muitas casas. O ilhéu desapareceu nos anos seguintes.
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A '''Filarmónica Minerva de Ginetes''' foi fundada em [[1906]], por José Maria Raposo Amaral.
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== Ligações Externas ==
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* [www.freguesiadeginetes.pt Web Site da Freguesia de Ginetes]
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* [www.igrejadeginetes.com Igreja de São Sebastião de Ginetes]
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* [www.igrejadeginetes.com/banda/entrada.htm Filarmónica Minerva de Ginetes]

Revisão das 20h56min de 13 de janeiro de 2009

Ginetes é uma freguesia açoriana do município de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel. Têm uma superfície total de 12,07 km² e 1 267 habitantes (Censos 2001) e uma densidade 105,0 hab./km2. Situa-se na costa oeste da ilha, é a freguesia mais extensa do município de Ponta Delgada, de cuja sede dista 23 km. Estende-se de norte a sul, entre as freguesias dos Mosteiros e da Candelária, numa distância com cerca de 7 km. Tem montanhas a norte e nordeste, encostas da Caldeira das Sete Cidades, sendo banhada pelo Oceano Atlântico, a sul e oeste. A sede de freguesia situa-se a uma altitude de 288 metros.

O Pico das Camarinhas (219 metros) se encontra classificada como Monumento Natural Regional pelo Decreto Legislativo Regional 3/2005/A, juntamente com a fajã lávica da Ponta da Ferraria. A sua importância se deve às suas raras rochas granulares ricas em olivina e piroxena, formadas em profundidade e trazidas à superfície na sequência de episódios vulcânicos a que corresponde a um cone de escórias basálticas. (Áreas Ambientais dos Açores, Direção Regional do Ambiente - coordenação Dália Leal, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Ponta Delgada, 2005)

Sua História

Sobre a origem deste topónimo, Gaspar Frutuoso diz: "Está a freguesia de Ginetes amparada dos ventos pela banda do mar, com o Pico dos Ginetes, chamado assim por ter selada ao meio e por outro pico detrás, que por ser assim seladas no meio, como Ginetes. Mais, por nele se criarem ginetes [ cavalos ] da banda da serra. Com o ornato de frescas faias e outras árvores é o pico de ginetes de Aires Jácome." O nome Ginetes foi atribuído não apenas ao pico, como também à própria paróquia. (Saudades da Terra) A principal atividade económica é a agricultura.

Em 1538, houve uma erupção vulcânica submarina nas proximidades da costa da Ponta da Ferraria que durou 25 dias. Da erupção resultou o aparecimento de um efémero ilhéu, de "quase uma légua de circunferência", que logo desapareceu. Não há registo de prejuízos em terra.

Foi no reinado de D. João III, entre 1521 e 1557, que foi construída a primitiva Igreja para evitar que os fiéis se deslocassem para muito longe, a fim de cumprirem o preceito Dominical. A referida construção durou cerca de 36 anos. Hoje já não existe qualquer vestígio da primitiva Igreja, a não ser uma pia de batismo em pedra lavrada. Segundo a tradição, a primitiva Igreja foi edificada no lugar da Lombinha. Antes de 1557, não existia paróquia. O lugar de Ginetes pertencia à paróquia de Candelária, por ser mais antiga.

No interregno de 1568 a 1584, foi instituída a paróquia de São Sebastião de Ginetes, sendo a Ermida da Lombinha elevada à categoria de Igreja paroquial. O seu primeiro vigário foi Pe. Gaspar de Carvalho. Faleceu em 1603, sendo substituído pelo Pe. Baltazar Gonçalves Ferreira, amigo intimo do rico proprietário do Pico de Ginetes, Aires Jácome Correia. Imagem adquirida em 1806.

Em 1682, deu-se erupção vulcânica submarina a 4 léguas da Ponta da Ferraria e "na semana seguinte como foi visto da Praia de Angra e do lugar dos Mosteiros, queimando quantidade de peixe, que veio à costa. E um caravelão vindo de Angra por esta parte, com pedra-pomes não pôde passar." Em 1713, deu-se uma erupção vulcânica do Pico das Camarinhas, emitindo lamas quentes e gases. A crise sísmica destruiu muitas casas nas freguesias dos Ginetes, Mosteiros e Candelária.

Em 1811, uma violenta erupção vulcânica submarina, criou um ilhéu ao largo da Ponta da Ferraria - a chamada Ilha Sabrina, matando muito peixe. O ilhéu era de forma circular e foi reclamada para a coroa britânica pelo comandante de um navio de guerra inglês, a fragata HMS Sabrina, aportada em Ponta Delgada. Em terra, os sismos fizeram ruir rochedos e arruinaram muitas casas. O ilhéu desapareceu nos anos seguintes.

A Filarmónica Minerva de Ginetes foi fundada em 1906, por José Maria Raposo Amaral.

Ligações Externas

  • [www.freguesiadeginetes.pt Web Site da Freguesia de Ginetes]
  • [www.igrejadeginetes.com Igreja de São Sebastião de Ginetes]
  • [www.igrejadeginetes.com/banda/entrada.htm Filarmónica Minerva de Ginetes]