Flamengos é uma freguesia portuguesa do município da Horta, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfície total de 14,13 km² com 1 494 habitantes (2001). Tem uma densidade populacional de 105,7 hab./km². A freguesia conta com 1 128 eleitores inscritos (Autárquicas 2005).
História, Monumentos e Museus[]
O povoamento da região geográfica do Vale da Ribeira dos Flamengos foi contemporâneo à fundação da Horta. Deve a sua designação aos primeiros povoadores - famílias flamengas - que por aqui se fixaram, atraídas pelo fértil e abrigado vale da ribeira, com algumas fontes de água de muita boa qualidade.
Segundo o padre Gaspar Frutuoso (1570-80), a freguesia paroquial de N. Sra. da Luz do Vale dos Flamengos, tinha "67 fogos e almas de confissão 236, das quais serão de comunhão 181". A primitiva Igreja de N. Sra. da Luz terá sido edificada pouco depois do povoamento do local. Tinha três naves sobre cinco colunas, grande e bem construída. (Saudades da Terra, Vol. VI Cap. 37) Frei Diogo das Chagas, em 1643, relata que já tinha 643 habitantes distribuídos por 173 fogos. (Espelho Cristalino, pág. 478) A sua igreja foi saqueada e incendiada pelos corsários ingleses em 1597. É reconstruída em 1606, pela acção de Jerónimo de Utra Corte Real, e novamente, em 1736, pela ação do vigário Manuel Brum da Silveira. Aquando do Sismo de 31 de Dezembro de 1926, quase todas as casas da freguesia foram destruídas, incluindo a igreja. Novamente reconstruída, veio a arder completamente em 1938, perdendo-se um importante recheio. Foi novamente reconstruída em 1942, edifício mais moderno e de agradabilíssima traça arquitectónica. Sofreu danos com o sismo de 23 de Novembro de 1973, e novamente, no Sismo de 9 de Junho de 1998, que a deixou novamente em risco de derrocada.
A construção da atual Ponte dos Flamengos, iniciada em 1903, só foi concluída em 1908. Esta veio substituir uma antiga ponte pedonal de pedra muito estreita e de pequena altura. O Fontanário das Bicas, na Rua do Capitão, é bebedouro público datado de 1852. Próximo fica um dos locais onde as lavandeiras da freguesia lavavam as roupas nas poças de água da ribeira.
A Quinta de São Lourenço, antiga propriedade de Tomás de Porra Pereira, Capitão-mor do Faial. Atualmente, é sede dos Serviços de Desenvolvimento Agrário do Faial. É um espaço privilegiado onde se realiza feiras e exposições de Artesanato, Floclore e de Atividades Económicas e a Festa do Mundo Rural. Nele é criado o Jardim Botânico do Faial em 1986, proporcionando aos visitantes o conhecimento das plantas endémicas e das plantas com propriedades medicinais existentes nas ilhas.
Na Estrada da Caldeira, situa-se a Ermida de São João Batista, o padroeiro da fidalguia portuguesa e faialense. Junto a ermida de 1924, pode desfrutar de mais um miradouro natural sobre o Vale dos Flamengos. A partir daqui, pode-se subir à Caldeira do Faial ou descer ao Parque Florestal do Cabouco Velho, na parte alta da Freguesia do Salão.
Tradições, Festas e Curiosidades[]
Merece destaque a Sociedade Filarmónica Nova Artista Flamenguense, fundada em 23 de Janeiro de 1881, foi a primeira banda de música no meio rural. Entre 1899 a 1912, teve como seu Ensaiador e Diretor Musical, o maestro Francisco Xavier Simaria. Além desta, destaca-se ainda a Tuna e Grupo Folclórico Juvenil dos Flamengos, fundado em Outubro de 1978, pelo Prof. António da Luz Rodrigues, que serviu como seu ensaiador e diretor. De dentro do grupo viria a nascer o Grupo de Cantares "Sons do Vale", em 1 de Março de 1999.
São notórias as características agrícolas desta freguesia, onde as casas rurais apresentam caraterísticas das Beiras e Trás-dos-Montes, são casas de 2 pisos, sendo o Rés-do-chão destinado aos animais e o primeiro andar à habitação. Já as chaminés evidenciam características típicas do sul do continente português.