Gentílico | {Predefinição:Conceiçonense, hortense | |
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Fundação | 30 de julho de 1568 | |
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Conceição é uma freguesia da cidade da Horta, pertencente ao município da Horta, Ilha do Faial, Açores. Ocupa uma superfície total de 2,74 Km2 com 1 157 habitantes (2001). Possuí uma densidade populacional de 422,3 hab./Km2. Conta com 1.050 eleitores inscritos (Autárquicas 2009).
No extremo norte da baía da cidade da Horta, junto à Lomba da Espalamaca (horst), a freguesia é atravessada pela Ribeira dos Flamengos. Topograficamente se divide em 2 partes: a parte Alta, uma área rural, e a parte Baixa, onde se situa a sede de freguesia e parte do núcleo urbano da cidade. O Cabeço da Conceição tem 113 metros. Quando chove abundantemente, no Salto da Ribeira forma uma bonita queda de água composta por 2 cascatas sobrepostas. Junto à Foz da Ribeira, esta fazia no areal uma lagoa, daí, a origem do nome "Alagoa".
Sua História[]
Inicialmente povoada pelo nobre flamengo Joss van Aard (aportuguesado para José da Terra), casado com Margarida da Silveira, filha do fidalgo flamengo Willelm van der Hahgen (aportuguesado para Guilherme da Silveira). Aqui fixou residência, cultivando terras e plantando árvores de fruto nas férteis margens da ribeira - vulgo da Ribeira da Conceição - e na encosta do promontório, a que os flamengos deram o chamaram de Espalamaca (spelk maker). Terá sido Aard que fundou a primitiva ermida de invocação a N. Sra. da Conceição.
Em 1498, Joss Dutra, 2.º Capitão-do-donatário do Faial e Pico, estabelece na parte norte da Baía da Horta, o centro administrativo na vila da Horta. O primitivo edifício da Casa da Câmara e Cadeia se situava na Rua do Bom Jesus. Em 5 de novembro de 1632, Fernão Gomes Massam, Corregedor dos Açores, considerou o edifício incapaz. Em 1926, existiam somente as suas paredes, que o violento sismo de 31 de agosto derrubou.
Na carta de aumento de côngruas passada pelo Rei D. Filipe I, em 7 de agosto de 1590, menciona pela primeira vez a Paróquia de N. Sra. da Conceição como estabelecida pelo Bispo de Angra, D. Nuno Álvares Pereira, em carta de 30 de julho de 1568. Era então a segunda maior freguesia da ilha em número de fogos - com 188 fogos contra 321 fogos da Matriz do SS.º Salvador da Horta.
A primitiva Igreja de N. Sra. da Conceição tinha três naves com cinco colunas de casa lado e uma capela na ala direita. Foi saqueada por corsários ingleses em agosto de 1589. Em outubro de 1597, é saqueada novamente, e desta vez, incendiada. (Saudades da Terra, Gaspar Frutuoso, Vol. VI, Cap. 32) A reedificação da igreja aconteceu em 1607, ficando com "mais perfeição do que era antes". Em 1643, a freguesia tinha 594 habitantes distribuídos por 161 fogos. (Espelho Cristalino, Diogo das Chagas, pág. 478)
Como parte do sistema defensivo da Baía da Horta contra os corsários, foram construídos dois fortes na freguesia na parte norte da baía. Ambas fortificações seiscentistas acabaram por ser destruídas devido a ação do mar. Data de julho de 1621, a autorização do desembargador Correia Borba para a construção do Forte da Alagoa. Em 1821, se reporta que o Forte da Alagoa está quase abandonado. Por sua vez, o Forte do Bom Jesus é descrito como tendo alguma artilharia e a precisar de reparos. A partir de 1858, foi cedido para uso da Cadeia da Comarca.
Em 1749, a Igreja Paroquial foi novamente reconstruída, sob a direção do padre Teodósio Ferreira de Melo. Em 31 de agosto de 1926, sofreu esta freguesia e, por arrastamento, toda a cidade, um violento sismo. A maior parte das habitações entraram em derrocada, inclusive a Igreja Paroquial. Em 1933, têm início a construção da atual Igreja N. Sra. da Conceição, sob a direção do padre António Inácio da Silveira, com dimensões bem mais modestas e elegantes em estilo "Arte Deco".
Em 22 de abril de 1941, quando as obras da Igreja estavam terminadas, deu-se a 20 metros de distância a explosão dum paiol militar. Ficou destruidas portas, janelas, telhado e estuques. Sofreu novamente danos durante a crise sísmica associada ao Vulcão dos Capelinhos. O violento sismo de 9 de julho de 1998, deixou a igreja novamente danificada.
A 23 de agosto de 1893, foi festejado oficialmente a amarração do primeiro cabo telegráfico submarino na Alagoa. Era o início da Era das Companhias dos Cabos Submarinos. Residiu ainda na freguesia, o benemérito Comendador António José Vieira Santa Rita, Governador Civil do ex-Distrito da Horta.
No Palacete do Barão da Ribeirinha, Vitoriano da Rosa Martins, situado no largo da Igreja, em 1933, provisoriamente funcionou o Liceu da Horta. Durante a II Guerra Mundial, em 1939, foi usado como Quartel da Bateria Independente de Artilharia de Costa. A 22 de abril de 1941, uma violenta explosão do seu paiol danificou gravemente a sede da freguesia, inclusive a recém-constituída Igreja Paroquial.
É inaugurada a Casa do Gaiato do Faial, em 28 de setembro de 1969, na Rua do Farrobo. Durante 30 anos, prestou um serviço de grande mérito sob o cuidado do padre Raúl de Jesus. Desempenhou a missão de acolher, educar e integrar socialmente crianças e jovens que, por qualquer motivo, ficaram privados do meio familiar normal.
Monumentos e Museus[]
Do património histórico edificado, merece destaque na parte baixa na freguesia: a atual Igreja de N. Sra. da Conceição, reconstruída em Arte Deco em 1933, o Solar dos Lacerdas, construção do Século XVII com brasões, a Ponte da Conceição e a Avenida Machado de Serpa. O miradouro da Calçada do Mirante, uma construção do Século XVI, que oferece um panorama voltado para a sede da freguesia.
A primitiva Ermida N. Sra. do Pilar foi fundada em 1701 pelo padre Filipe Furtado de Mendonça, onde viria a ser sepultado a seu pedido. Foi destruída num incêndio, mas reconstruída em 1729. Possui na sua fachada o Brasão Real da coroa portuguesa. No miradouro do Salto da Ribeira, no loteamento da Vista Alegre, pode observar o Salto da Ribeira. Quando chove abundantemente, forma uma queda de água [ "salto" ] composta por duas cascatas sobrepostas. Na Rua Ministro de Ávila, encontrará a Ermida de Santo Amaro (Século XVI) e o Império de Santo de Amaro, datado de 1884.
Ao longo da Lomba da Espalamaca (horst), poderá visitar exemplares dos típicos Moinhos Faialenses, na Rua General Humberto Delgado. o Monumento a N. Sra. da Conceição, o Miradouro da Conceição, os Bunkers da Artilharia de Costa da II Guerra Mundial e o Miradouro do Pilar (que dispõe de uma luneta). Junto da Foz da Ribeira, existe a Praia da Conceição, Parque da Alagoa e a Piscina Municipal. Constituí um dos locais mais agradáveis da ilha para quem gosta de passar o dia na praia, e à noite, ao ar livre. Próximo poderá ainda conhecer a Oficina de Scrimshaw do mestre John van Opstal.
Tradições, Festas e Curiosidades[]
Das festas realizadas na freguesia, merecem destaque: Divino Espírito Santo, a Feira de Construção, Imobiliário, Lar e Jardim; o Dia da Freguesia (30 de julho) e a Festa de N. Sra da Conceição (8 de dezembro).
Culto da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, consagrada como Padroeira de Portugal.
O Faial Sport Clube, fundado em 2 de fevereiro de 1909, foi o primeiro clube de futebol dos Açores e o quinto clube a ser fundado em Portugal. Foi ainda formado em 1997, no seio do Agrupamento de Escuteiros da Conceição - grupo formado em julho de 1994 e oficializado em maio de 1995 - o Grupo de Cantares "Maresia", que reapareceu em 2003.
A Sociedade Filarmónica Artista Faialense, fundada em 22 de fevereiro de 1858, é a filarmónica mais antiga da ilha e uma das mais antigas dos Açores. Celebrou 150 anos de uma existência ininterrupta. O novo edifício sede construído de raiz, foi inaugurado em 13 de setembro de 2000, durante a direção de Amaro Luís do Amaral. Portadora de vasto historial, é presença habitual nas festas religiosas e sociais, e em festivais musicais.
Ribeira da Conceição[]
Gaspar Frutuoso diz que em dias de forte precipitação, o caudal da ribeira do Vale dos Flamengos vêm de enxurrada e transborda, dificultando a passagem para o centro da vila. Menciona que tem uma ponte de pedra por passam para a vila. Acrescenta ainda que com o ímpeto das águas da ribeira, se moíam moinhos de água. (Saudades da Terra, Vol. 6 Cap. 37) De modo que a construção de uma ponte foi uma necessidade que desde logo se impôs. Quando chove abundantemente, no Salto da Ribeira forma uma bonita queda de água composta por 2 cascatas sobrepostas. Junto à Foz da Ribeira, esta fazia no areal uma lagoa, daí, a origem do nome "Alagoa".
Na 2.ª metade do Século XIX, tem início a construção de uma nova ponte, rudimentar e estreita, ao nível da rua e assente em 4 vãos. Depois, foram construídos dos muros limitadores da ribeira. Na sua margem direita, um pouco acima do sítio do Mirante, funcionou o Matadouro Municipal num diminuto recinto de velhas paredes enegrecidas até 1900. Durante o Verão, em virtude de não haver água corrente na ribeira, era transferido para o lugar das "Pedras dos Frades" [ onde hoje se situa a Rosa-dos-Ventos ].
Economia[]
A freguesia tem como principal atividade económica o comércio retalhista e a restauração. Outros setores importantes são a agro-pecuária e as oficinas reparação automóvel. No artesanato local, destaca-se trabalhos de scrimshaw, rendas e bordados. Situa-se na freguesia, o Cartório Notarial, Conservatória do Registo Civil, as conservatórias Predial, Comercial e Automóvel, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e o Tribunal Judicial.
Na II ExpoMar 2007, a Administração dos Portos do Triângulo e Grupo Ocidental (APTO), fez a apresentação pública da maqueta com a futura reestruturação e ampliação do Porto da Horta. Junto à rotunda da Av. 25 de Abril, na parte norte da Baía da Horta, desde abril de 2009, encontra-se a ser construído um novo cais e gare marítima para receber navios de passageiros inter-ilhas. Disporá ainda de uma parque de estacionamento coberto para 120 veículos.
Política[]
Nas Eleições Autárquicas 2009, a freguesia contou com 1.050 eleitores inscritos. Apenas votaram 657 eleitores, ou seja, 62,57%. O PS obteve 353 votos ( 53,73% ), o PPD-PSD obteve 233 ( 35,46% ), o PCP-PEV obteve 30 ( 4,57% ) e o BE obteve 18 voto ( 2,74% ). Isto redundou em 6 mandatos para o PS e 3 mandatos para o PPD-PSD. João Bettencourt (PS) foi reeleito por mais quatro anos como Presidente da Junta de Freguesia.
Nas Legislativas Regionais 2008, a freguesia contou com 983 eleitores inscritos. Apenas votaram 463 eleitores, ou seja, 47,10%. O PS obteve 189 votos ( 40,82% ), o PPD-PSD obteve 168 ( 36,29% ), o PCP-PEV obteve 50 ( 10,80% ), o CDS-PP obteve 17 (3,67% ), o BE obteve 19 voto (4,10% ), o PDA obteve 2 voto ( 0,43% ) e o PPM obteve 1 voto ( 0,22% ).