Aniceto António dos Santos, 9º filho dos professores de instrução primária Aniceto António dos Santos e Maria Augusta Linhares dos Santos nasceu a 10 de Janeiro de 1898 na Rua da Boavista, freguesia de Stª. Luzia de Angra do Heroísmo. Frequentou a escola primária na freguesia onde nasceu e o liceu de Angra do Heroísmo até ao seu 5º ano. Veio para Ponta Delgada para frequentar os últimos anos do Liceu frequentando o então Liceu da Graça onde está hoje instalada a Academia das Artes e o Auditório de Ponta Delgada. Aqui criou um grupo de grandes amigos que assim se mantiveram durante as suas vidas Terminado o curso liceal, Aniceto António dos Santos, concorreu à então “Escola de Guerra “ num período muito agitado da vida portuguesa, nomeadamente na cidade de Lisboa, onde participou com os cadetes da “Escola” em várias batalhas entre a marinha e o exército que assumiam então posições diversas. Era nessa altura apoiante do Presidente Sidónio Paes estando na estação de comboios do Rocio no momento em que ele foi assassinado. Terminando o curso e promovido a Alferes vem para os Açores, primeiro para a sua terra natal em Angra do Heroísmo onde desenvolve junto da juventude actividades desportivas e lúdicas. É depois transferido para S. Miguel onde continua a sua actividade em prole da juventude, fundando, juntamente com o Tenente Miguel de Almeida, o movimento escutista nos Açores, fazendo os dois parte da primeira Junta Regional dos Açores de que também fazia parte o mais tarde bispo, D. Manuel Guerreiro. Já como tenente onde se manteve muitos anos sem promoção (não quis aderir quando saiu da Escola de Guerra à Maçonaria) fez inúmeras recrutas, tendo sido nomeado ajudante de campo do Marechal Gomes da Costa quando este, após a revolução de 28 de Maio de 1926, veio exilado para Ponta Delgada. Foi nessa altura que conheceu Clotilde de Andrade Albuquerque Pereira da Costa, filha do Dr. Clemente Pereira da Costa e de D. Teresa de Andrade Albuquerque [vizinhos da Pensão onde vivia o Marechal], com quem viria a casar em 9 de Setembro de 1931. A partir do momento em que foi nomeado ajudante de campo do Marechal Gomes da Costa, foi sempre escolhido para tais funções pelos variados Comandantes Militares que desde então ocuparam o cargo, e ainda como ajudante do Alto-comissário para os Açores, Coronel Silva Leal. Em 1944, na altura em que foi nomeado Governador Civil de Ponta Delgada o Dr. Augusto Mendes Moreira (que veio substituir o Dr. Sérgio Vieira), foi convidado por este para ser Governador Civil substituto, assumindo várias vezes o cargo nas prolongadas ausências do titular. Quando o Dr. Mendes Moreira termina o seu mandato em 1947 é convidado para assumir o cargo de Governador Civil de Ponta Delgada, que desempenhou até 1957. Durante o seu mandato promoveu a execução de várias obras públicas, destacando-se a marginal de Ponta Delgada, construção do edifício dos CTT, Alfândega, vários bairros sociais, beneficiação e construção de estradas, criou a Comissão Distrital de Assistência, o Centro e Escola de Artesanato de Vimes, actividades culturais de diferentes natureza; iniciou o processo de emigração de S. Miguel para o Canadá; foi nomeado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, cidadão honorário de Ponta Delgada. Foi representante do governo português em vários contactos com os comandos americanos na Base das Lajes e também representou o Ministro das Obras Públicas numa visita à capela de Nossa Senhora de Fátima construída pelo governo português numa basílica em Roma. Em 1954 o capitão Aniceto António dos Santos, até aí na situação de reserva, passou à reforma dedicando-se à família e amigos. No momento em que terminou o seu mandato como governador civil, entregou à Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada um donativo de valor equivalente aos vencimentos que auferiu enquanto governador civil, com o qual foi edificado um bairro social no lugar dos Santos em S. Roque. Aniceto António dos Santos era correspondente em Ponta Delgada da “Sociedade de Geografia”, oficial da ordem de Avis, oficial da ordem de mérito naval de Espanha e da Finlândia e comendador da Ordem de Cristo, além de possuir as medalhas de prata e ouro de serviços distintos do exército, tendo inúmera colaboração nos jornais de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo. Na sua juventude usou muito o pseudónimo de António Ilhéu. Faleceu em Ponta Delgada a 8 de Março de 1965 (Texto condensado pelo filho, Antonio Clemente Pereira da Costa Santos [1] e )
Texto da Revista comemorativa dos 80 anos do movimento escutista catõlico nos Açores Capitão Aniceto António dos Santos O primeiro Chefe Regional O Capitão, então, Tenente, Aniceto António dos Santos foi um dos fundadores do Escutismo Católico nos Açores, integrando a primeira Junta Regional, em Agosto de 1925. Natural da Ilha Terceira, onde nasceu em 1895, Aniceto do Santos faleceu em Ponta Delgada a 8 de Março de 1965. Foi aluno no Liceu de Ponta Delgada, enveredando, mais tarde, pela carreira militar. Em 1926, em São Miguel, desempenhou. as funções de oficial-às-ordens do Marechal Gomes da Costa quando as vicissitudes da política trouxeram aos Açores esta grande figura nacional. Foi ainda chefe do gabinete militar e Ajudante do Delegado Especial do Governo na guarnição de S. Miguel. Foram-lhe conferidas missões especiais de alta responsabilidade e confiança e vários cargos da maior importância Continuou na carreira militar até 1945, ano em que assumiu o cargo de Governador substituto. Foi, também, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Já como governador efectivo do Distrito de Ponta Delgada promoveu a realização da “I Conferência da Administração Pública Distrital”, de Maio de 1948 a Maio de 1950, em Ponta Delgada, e também a “I Conferência Insular Açoriana”, de 25 de Julho a 1 de Agosto de 1954, com a participação das forças vivas dos distritos autónomos de Angra do Heroísmo e da Horta. Para além de desempenhar o cargo de administrador da Fábrica de Tabaco Micaelense, foi ainda Cônsul da França em Ponta Delgada Em Agosto de 1925, foi fundada Junta Regional dos Açores formada pelo então Tenente Aniceto António dos Santos, Comissário (Chefe Regional), Pe. Dr. Manuel de Medeiros Guerreiro (mais tarde Bispo), Director (Assistente) e Diocleciano Maria da Silva, Inspector Regional. Desde essa altura, o escutismo nos Açores nunca mais parou de crescer.